• Coloque o lixo na lixeira.
• Coloque o saco de lixo longe dos cães.
• O saco de lixo deve ser colocado pouco tempo
antes da coleta.
• Deposite os sacos de lixo em local de fácil acesso
para o coletor.
• Vidros, pedaços de madeira e pregos devem
estar embalados em jornal para não acidentar
o coletor de lixo.
• Prenda o seu cão na hora da coleta do lixo.
• A queima do lixo prejudica a sua saúde.
• Leve sempre uma sacolinha para passear com
o cachorro e recolha o cocô.
Buscape
segunda-feira, 14 de março de 2011
Noticias sobre Garis ( Coletores de Lixos)
O Município de Bujari enfrenta sérias dificuldades na área de infra-estrutura urbana, a falta de benefícios e investimentos afeta até mesmo os funcionários públicos de uma forma geral, em particular, aqueles que são responsáveis por manter a cidade limpa.
Desde o início do ano, os vereadores vem cobrando da prefeitura, melhores condições de trabalho para os garis e demais funcionários da Secretaria de Obras, pois falta material adequado de trabalho e de segurança para a saúde dos trabalhadores como: luvas, máscaras, e até mesmo fardamento.
Não bastasse tudo isso, os garis estão utilizando luvas de procedimento médico para se protegerem enquanto efetuam a coleta de lixo. “É uma situação desumana a que estão sendo submetidos esses trabalhadores, são pessoas responsáveis diretamente para que a cidade esteja sempre limpa e agradável, e mesmo assim não recebem ao menos condições dignas de trabalho. Estamos fazendo coleta de lixo usando luvas de procedimento médico, que deveria estar sendo usada nos postos de saúde, pois não protegem nossas mãos de levar um corte ou mesmo de nos contaminar com algum resíduo tóxico. Da mesma forma falta material de segurança para os garis que trabalham com roçadeira”, afirmou o Presidente do SINDSMUB (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bujari), Antonio dos Santos Pinto.
Segundo Presidente da Câmara, Vereador Francisco Bessa, os vereadores irão tomar providências, pois já foram feitas inúmeras indicações pedindo que a prefeitura cumpra com suas obrigações para com esses profissionais, porém, pelo que se pode observar nada ainda foi feito, restando portanto, denunciar junto ao Ministério público tais práticas de negligências contra esses profissionais.
Desde o início do ano, os vereadores vem cobrando da prefeitura, melhores condições de trabalho para os garis e demais funcionários da Secretaria de Obras, pois falta material adequado de trabalho e de segurança para a saúde dos trabalhadores como: luvas, máscaras, e até mesmo fardamento.
Não bastasse tudo isso, os garis estão utilizando luvas de procedimento médico para se protegerem enquanto efetuam a coleta de lixo. “É uma situação desumana a que estão sendo submetidos esses trabalhadores, são pessoas responsáveis diretamente para que a cidade esteja sempre limpa e agradável, e mesmo assim não recebem ao menos condições dignas de trabalho. Estamos fazendo coleta de lixo usando luvas de procedimento médico, que deveria estar sendo usada nos postos de saúde, pois não protegem nossas mãos de levar um corte ou mesmo de nos contaminar com algum resíduo tóxico. Da mesma forma falta material de segurança para os garis que trabalham com roçadeira”, afirmou o Presidente do SINDSMUB (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bujari), Antonio dos Santos Pinto.
Segundo Presidente da Câmara, Vereador Francisco Bessa, os vereadores irão tomar providências, pois já foram feitas inúmeras indicações pedindo que a prefeitura cumpra com suas obrigações para com esses profissionais, porém, pelo que se pode observar nada ainda foi feito, restando portanto, denunciar junto ao Ministério público tais práticas de negligências contra esses profissionais.
Cuidado e Segurança com Lixo Hospitalar:
Dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico mostram que o Brasil gera cerca de 149 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. De 1% a 3% deste volume (entre 1,49t e 4,47t) é composto por Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), o chamado lixo hospitalar. Ao fim de um mês, este montante pode chegar a 134,1 toneladas que se não forem descartadas de forma correta podem trazer sérios prejuízos a população e ao meio ambiente.
A pesquisa também mostra que 63% dos municípios brasileiros possuem coleta destes resíduos. Entre eles está Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde as empresas responsáveis realizam a coleta diária deste material em clínicas e hospitais da cidade. Assim como acontece no Santa Genoveva Complexo Hospitalar, onde o controle do lixo hospitalar é feito seguindo as normas e orientações de segurança da Vigilância Sanitária.
Segundo a coordenadora da hotelaria do complexo, Nádia Furlani, o descarte deste material passa por várias etapas até o envio para os órgãos da vigilância. "O início do processo é realizado nas centrais de enfermagem espalhadas pelas unidades de internação. Cada material utilizado é depositado em recipientes específicos – descartex ou sacos brancos. Após estes recipientes serem lacrados pela enfermagem, os funcionários da higienização os recolhem", conta a coordenadora.
Em seguida, estes materiais, separados por grupos (agulhas, seringas, gases, luvas, frascos de medicamentos, etc) são acondicionados no depósito específico, onde permanecem até o recolhimento realizado diariamente pela empresa credenciada à Vigilância Sanitária.
A coordenadora explica também que para evitar problemas ou erros durante o manuseio e descarte dos materiais, no Santa Genoveva cada funcionário envolvido no processo recebe treinamento constante. "Além disso, existem depósitos separados para armazenamento de lixo comum e hospitalar até as suas coletas externas, e também o uso obrigatório dos sacos plásticos brancos para identificação de resíduo hospitalar", reforça.
Descarte
Mesmo com todas as orientações, algumas unidades de saúde do País ainda fazem o descarte inadequado. Chegam a depositar parte, ou todo o material, junto com o lixo comum recolhido pelas prefeituras. Uma prática que pode trazer vários problemas de contaminação, principalmente para os funcionários que trabalham na coleta pública.
Além da contaminação das pessoas que venham a ter contato com estes materiais sem o uso de equipamentos de segurança, o lixo hospitalar também pode representar problemas para o meio ambiente com contaminação do solo, de águas superficiais e profundas. Por isso, somente os órgãos da Vigilância Sanitária podem realizar esse descarte, pois possuem projetos para este trabalho com aprovação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Assim, se os resíduos são depositados de acordo com as normas, não há riscos para o meio ambiente ou para a população.
Colocamos à disposição da imprensa a cobertura de imagem e áudio em equipamento digital para qualquer release divulgado. Basta entrar em contato e providenciaremos com a maior agilidade possível. Este serviço não tem custo algum para a imprensa. Trata-se de um valor agregado que estamos assegurando ao nosso trabalho, além de ser uma adequação à realidade midiática.
A pesquisa também mostra que 63% dos municípios brasileiros possuem coleta destes resíduos. Entre eles está Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde as empresas responsáveis realizam a coleta diária deste material em clínicas e hospitais da cidade. Assim como acontece no Santa Genoveva Complexo Hospitalar, onde o controle do lixo hospitalar é feito seguindo as normas e orientações de segurança da Vigilância Sanitária.
Segundo a coordenadora da hotelaria do complexo, Nádia Furlani, o descarte deste material passa por várias etapas até o envio para os órgãos da vigilância. "O início do processo é realizado nas centrais de enfermagem espalhadas pelas unidades de internação. Cada material utilizado é depositado em recipientes específicos – descartex ou sacos brancos. Após estes recipientes serem lacrados pela enfermagem, os funcionários da higienização os recolhem", conta a coordenadora.
Em seguida, estes materiais, separados por grupos (agulhas, seringas, gases, luvas, frascos de medicamentos, etc) são acondicionados no depósito específico, onde permanecem até o recolhimento realizado diariamente pela empresa credenciada à Vigilância Sanitária.
A coordenadora explica também que para evitar problemas ou erros durante o manuseio e descarte dos materiais, no Santa Genoveva cada funcionário envolvido no processo recebe treinamento constante. "Além disso, existem depósitos separados para armazenamento de lixo comum e hospitalar até as suas coletas externas, e também o uso obrigatório dos sacos plásticos brancos para identificação de resíduo hospitalar", reforça.
Descarte
Mesmo com todas as orientações, algumas unidades de saúde do País ainda fazem o descarte inadequado. Chegam a depositar parte, ou todo o material, junto com o lixo comum recolhido pelas prefeituras. Uma prática que pode trazer vários problemas de contaminação, principalmente para os funcionários que trabalham na coleta pública.
Além da contaminação das pessoas que venham a ter contato com estes materiais sem o uso de equipamentos de segurança, o lixo hospitalar também pode representar problemas para o meio ambiente com contaminação do solo, de águas superficiais e profundas. Por isso, somente os órgãos da Vigilância Sanitária podem realizar esse descarte, pois possuem projetos para este trabalho com aprovação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. Assim, se os resíduos são depositados de acordo com as normas, não há riscos para o meio ambiente ou para a população.
Colocamos à disposição da imprensa a cobertura de imagem e áudio em equipamento digital para qualquer release divulgado. Basta entrar em contato e providenciaremos com a maior agilidade possível. Este serviço não tem custo algum para a imprensa. Trata-se de um valor agregado que estamos assegurando ao nosso trabalho, além de ser uma adequação à realidade midiática.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Cortadores de Cana
O setor sucro-alcooleiro tem apresentado franca expansão nos últimos anos, mas aspectos relacionados à saúde e condições de trabalho vem sendo objeto de discussões na sociedade, tendo em vista os possíveis impactos desta atividade no desgaste dos trabalhadores. O presente artigo é um desenho exploratório que contou com a revisão de literatura como procedimento de pesquisa, tendo como objetivo apresentar uma proposta de intervenção utilizando o método da Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.), da linha da escola francesa de ergonomia. Este possibilita identificar, diagnosticar e propor medidas para a resolução dos problemas que afetam o desempenho das pessoas em seu trabalho, validando os dados subjetivos coletados junto à população de trabalhadores e confrontá-los com a situação real de trabalho. Como conseqüência, os trabalhadores têm a sua condição de saúde melhorada. Este estudo mostra que para compreender e prevenir os problemas que se acentuam nos canaviais, não basta avaliar todos os aspectos presentes na situação de trabalho de forma isolada. É fundamental, que se investigue não só o aspecto fisiológico, como também o modo que se organiza o trabalho e o processo de produção, e dessa atitude, implementar mudanças visando a melhoria das condições de trabalho e saúde dos cortadores de cana-de-açúcar .
Introdução:
Um indivíduo quando submetido a uma carga de trabalho, desenvolve estruturas metabólicas, endócrinas, biomecânicas, psicológicas e cognitivas que ocasionam a adaptação, ou à enfermidade se forem extrapolados os limitadores apropriados ao funcionamento do organismo humano.
Segundo Verdussen apud Miranda (2004), toda atividade física ocasiona fadiga, como conseqüência dos processos fisiológicos ocorridos no desempenho de um esforço. Estes procedimentos são a queima de elementos energéticos que induzem a uma aceleração do batimento cardíaco, de forma a compensar, pelo afluxo mais rápido de sangue aos pulmões a maior taxa de oxigênio consumido. Os trabalhadores muitas vezes têm uma percepção de sua fadiga, de seu estado de saúde, e se relacionam com as características da situação de trabalho.
Dentro de um contexto de sacrifício corporal, o setor da colheita de cana-de-açúcar apresenta problemas relacionados a fatores que afetam a segurança e a saúde dos trabalhadores, sejam: ambientais, fisiológicos e relacionados à organização. Além dos aspectos relacionados à saúde e condições de trabalho o processo de produção da cana vem sendo objeto de estudos nos aspectos sociais decorrentes da migração, alojamentos precários, e outros que associam este processo a importantes impactos ambientais como degradação do solo, poluição do ar na queima da palha (CANÇADO, 2003).
Estas condições de trabalho no corte de cana de açúcar vem sendo objeto de discussões na sociedade tendo em vista os possíveis impactos desta atividade no desgaste dos trabalhadores, associado à expansão crescente do setor. O assunto é ainda pouco estudado no meio científico nacional e internacional, com carência de literatura especializada.
O setor sucro-alcooleiro vem apresentando franca expansão nos últimos anos decorrente da possível escassez e de aspectos ambientais provocados pelo uso dos combustíveis fosseis provocando a busca de combustíveis alternativos no plano mundial (JORNAL DA CANA, 2006).
Em oito anos o Brasil irá expandir as plantações de cana em mais 3,1 milhões de hectares e o centro oeste será a nova fronteira da cana. Com a construção atual de mais 89 Usinas, sendo que 19 já irão operar no ano de 2006, está sendo esperada a criação de mais 200 mil vagas para atender a expansão do plantio (ISTO É DINHEIRO, 2006).
Perante a importância da cultura da cana-de-açúcar para o Brasil, considerando-se o grande número de trabalhadores envolvidos e a escassez de pesquisas nesta área, as reflexões em seguida trarão importantes contribuições para o conhecimento mais detalhado do trabalho da colheita da cana-de-açúcar.
O presente artigo tem como objetivo apresentar um método que abrange um vasto campo de estudos sobre os determinantes do trabalho nas condições de desempenho e saúde dos trabalhadores e/ou a produtividade através do diagnóstico das condições de trabalho e propor medidas para a melhora das condições e processo de trabalho, contribuindo para a sustentabilidade sócio-ambiental do setor.
A cultura da cana-de-açúcar e sua relação com a saúde dos trabalhadores
A cana-de-açúcar é um dos principais produtos das exportações brasileiras, e ainda constitui uma das opções freqüentes de emprego e renda, especialmente, para os trabalhadores envolvidos nas colheitas. O mercado sucro-alcooleiro movimenta cerca de R$ 36 bilhões por ano, com faturamentos diretos e indiretos, correspondentes a 3,5% do PIB nacional (JORNAL DA CANA, 2006). A cana-de-açúcar e seus subprodutos são consumidos em larga escala no Brasil e no exterior.
No Brasil, ainda segundo o Jornal da Cana (2006), as 289 usinas e destilarias que geram 3,6 milhões de empregos estão distribuídas nas regiões nordeste, centro-oeste, sul e principalmente sudeste do país. Produzindo cerca de 340 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moída, permitindo a fabricação de 24 milhões de toneladas de açúcar e 14 bilhões de litros de álcool.
Assim sendo, dentro do processo produtivo as atividades da colheita manual da cana-de-açúcar são consideradas muito importantes, devido ao grande número de trabalhadores envolvidos e o desgaste físico decorrente desta da atividade. Ao contrário de outros paises como a Austrália, onde se utiliza método de colheita mecanizada, no Brasil a colheita é realizada principalmente por método manual e semimecanizado, com expressivo uso de mão de obra de baixa qualificação.
A agroindústria canavieira emprega um milhão de brasileiros no corte da cana-de-açúcar, e mais de 80% do que é colhido é cortado à mão, segundo União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (UNICA, 2006). O corte é precedido da queima da palha da planta, tornando o trabalho mais rápido e rentável para o trabalhador, porém, muitas vezes, o corte é feito com a cana crua, principalmente quando a cana-de-açúcar é destinada ao plantio.
Adissi (1997) comenta que o trabalho canavieiro tem uma relação de dependência com a agroindústria. Como a lavoura canavieira tem como finalidade o suprimento das necessidades da agroindústria do álcool e açúcar, isso exige a integração entre os sistemas de produção agrícola e industrial. Essa condição faz com que as exigências industriais sejam transferidas aos sistemas de produção agrícola.
Segundo Alves (2003) o aumento da quantidade de trabalhadores disponível para o corte de cana se deve a fatores como a baixa mecanização do corte de cana, aumento do desemprego geral da economia, provocada por duas décadas de baixo crescimento econômico e expansão da fronteira agrícola para as regiões do cerrado, atingindo o sul do Piauí e a região da Pré-Amazônia Maranhense, destruindo as formas de reprodução da pequena propriedade agrícola familiar, predominante nestes estados.
O corte manual da cana-de-açúcar, segundo informações da Copersucar (1980), é caracterizado por movimentos repetitivos dos braços, pernas e tronco, podendo ser feito sob duas condições: cana crua e cana queimada. No corte da cana crua, o cortador usando um facão, elimina a palha e, a seguir, corta a cana rente ao solo e na ponta. Alessi e Scopinho (1994) indicam que um cortador de cana de açúcar de sexo masculino pode alcançar a produção máxima de 14 toneladas/dia e do sexo feminino 10 toneladas/dia.
O sistema de pagamento por produção, associado à precarização dos alojamentos, meios de transporte, alimentação insuficiente e condições trabalho nocivas, sem pausas para descanso, podem agravar os riscos de acidentes e o desgaste prematuro destes trabalhadores. Desde o período de 2004-2005, o Ministério Público do Trabalho de Campinas vem suspeitando da relação das ocorrências de 13 mortes às condições de trabalho que teriam levado os trabalhadores à exaustão (BOLETIM INFORMATIVO DA PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO, 2005).
Cabe ressaltar que a Norma Brasileira de Ergonomia (NR-17 da Portaria 3214/78 – Ministério do Trabalho e Emprego) não admite o pagamento por produção quando existem riscos à saúde dos trabalhadores, uma vez que este tipo de pagamento induz o trabalhador a ultrapassar os limites fisiológicos em busca de um rendimento financeiro extra.
Para compreender o processo de trabalho, detectar a presença e a importância destes problemas no setor e garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores devem-se lançar mão de estudos ergonômicos que possam contribuir também para a melhora do processo de trabalho da empresa. O método da análise ergonômica do trabalho possibilita identificar, diagnosticar e propor medidas para a resolução dos problemas que afetam o desempenho das pessoas em seu trabalho.
Nesse sentido, para que a ação obtenha sucesso, é preciso que todos os atores envolvidos na empresa participem de todas as etapas do estudo, da direção aos operadores de produção. Para isso, é necessário aplicar métodos e técnicas para condução das transformações necessárias (GUERIN et al., 2001).
Análise ergonômica do trabalho:
A Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.) abrange fatores que oportunizam identificar situações que levam a melhorar ou, pelo menos, a amenizar as condições de trabalho, otimizando a produção, satisfazendo o trabalhador, melhorando o conforto oferecido e aumentando a produtividade da organização.
Ela descende da escola francesa de Ergonomia, que tem como objetivo a adaptação do trabalho ao homem, opondo-se a visão da Human Factors de adaptação do homem a sua profissão (WISNER, 2004). Ela é centrada sobre as atividades dos operadores, estudando em campo as situações entre o trabalho e o ser humano sob o ponto de vista real.
Montmollin apud Cockell (2005) compara a corrente Human Factors de origem Americana e britânica, com a Ergonomia da Atividade, de origem francofônica. Esta última vertente utiliza a análise gestual ao contrário do estudo de movimento muscular preconizado pela outra corrente. Além disso, privilegia o raciocínio, ao invés da medida da carga mental e o significado de informações em situações reais, diferente da percepção de laboratório.
A Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.) então é um modelo metodológico de intervenção e de transformação capaz de apreender a complexidade existente na relação do homem com o trabalho, sem colocar em prova um modelo escolhido a priori (WISNER, 2004). Esta análise é uma ferramenta básica no funcionamento e gestão de uma empresa. Seus resultados permitem ajudar na concepção efetiva dos meios materiais, organizacionais e de formação, auxiliando o alcance dos objetivos planejados, com a preservação do estado físico, psíquico e vida social do trabalhador (BALBINOTTI, 2003).
Para Lima (1992), esta nova abordagem permite avançar na compreensão da gênese de doenças e outros efeitos negativos presentes na situação de trabalho, pela constituição da questão saúde/trabalho em torno da atividade real dos trabalhadores. Para este autor, o conhecimento do que se pode chamar de “ponto de vista da atividade” fornece uma leitura original da forma como os trabalhadores se relacionam com o ambiente de trabalho e constitui um princípio que deve orientar a sua transformação. As mudanças então, que se efetua no trabalho, se dão segundo as necessidades dos trabalhadores e não segundo a lógica econômica estreita que predomina atualmente.
De acordo com Ferreira et al. (1993), a ergonomia interessa-se pelo estudo dos aspectos presentes na situação de trabalho não de forma isolada, mas em sua relação com um determinado tipo de fazer. Esta forma de abordar a atividade torna-se crucial para o entendimento das Lesões por Esforços Repetitivos, já que não são apenas as características das atividades desempenhadas pelos trabalhadores (movimentos repetitivos, forças excessivas, posturas inadequadas) que levam aos seus aparecimentos, mas sim a inter-relação destas com os diversos fatores presentes na situação de trabalho, cuja compreensão não pode se dar sem a mediação da atividade de trabalho.
Portanto, a ergonomia através do estudo da atividade dos indivíduos em situações reais de trabalho, pode compreender como eles utilizam suas capacidades psico-fisiológicas para executar as tarefas propostas e podem ter, como conseqüência, sua saúde e desempenhos comprometidos.
Como lembra Guérin et al. (2001) para atender as tarefas propostas, os indivíduos elaboram estratégias originais, assim, as conseqüências sobre a saúde dos trabalhadores não devem ser abordadas apenas em termos de fatores de risco. Torna-se fundamental observar o papel ativo do trabalhador na construção de modos operatórios que não sejam desfavoráveis à sua saúde.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma metodologia que possibilita através do ponto de vista da atividade, compreender e correlacionar os determinantes das situações de trabalho com as suas conseqüências para os trabalhadores e para o sistema de produção (GUÉRIN et al., 2001).
Assim, a ergonomia da linha francesa se interessa pelo homem em situações reais de trabalho, cada vez mais compreendidas em sua globalidade e complexidade social (LIMA, 1992). Desse modo, pode favorecer para que o trabalho não se efetue somente dentro de um ambiente seguro e saudável, mas que ofereça aos trabalhadores a verdadeira possibilidade de realizar-se, de expandir-se e de servir a sociedade.
Introdução:
Um indivíduo quando submetido a uma carga de trabalho, desenvolve estruturas metabólicas, endócrinas, biomecânicas, psicológicas e cognitivas que ocasionam a adaptação, ou à enfermidade se forem extrapolados os limitadores apropriados ao funcionamento do organismo humano.
Segundo Verdussen apud Miranda (2004), toda atividade física ocasiona fadiga, como conseqüência dos processos fisiológicos ocorridos no desempenho de um esforço. Estes procedimentos são a queima de elementos energéticos que induzem a uma aceleração do batimento cardíaco, de forma a compensar, pelo afluxo mais rápido de sangue aos pulmões a maior taxa de oxigênio consumido. Os trabalhadores muitas vezes têm uma percepção de sua fadiga, de seu estado de saúde, e se relacionam com as características da situação de trabalho.
Dentro de um contexto de sacrifício corporal, o setor da colheita de cana-de-açúcar apresenta problemas relacionados a fatores que afetam a segurança e a saúde dos trabalhadores, sejam: ambientais, fisiológicos e relacionados à organização. Além dos aspectos relacionados à saúde e condições de trabalho o processo de produção da cana vem sendo objeto de estudos nos aspectos sociais decorrentes da migração, alojamentos precários, e outros que associam este processo a importantes impactos ambientais como degradação do solo, poluição do ar na queima da palha (CANÇADO, 2003).
Estas condições de trabalho no corte de cana de açúcar vem sendo objeto de discussões na sociedade tendo em vista os possíveis impactos desta atividade no desgaste dos trabalhadores, associado à expansão crescente do setor. O assunto é ainda pouco estudado no meio científico nacional e internacional, com carência de literatura especializada.
O setor sucro-alcooleiro vem apresentando franca expansão nos últimos anos decorrente da possível escassez e de aspectos ambientais provocados pelo uso dos combustíveis fosseis provocando a busca de combustíveis alternativos no plano mundial (JORNAL DA CANA, 2006).
Em oito anos o Brasil irá expandir as plantações de cana em mais 3,1 milhões de hectares e o centro oeste será a nova fronteira da cana. Com a construção atual de mais 89 Usinas, sendo que 19 já irão operar no ano de 2006, está sendo esperada a criação de mais 200 mil vagas para atender a expansão do plantio (ISTO É DINHEIRO, 2006).
Perante a importância da cultura da cana-de-açúcar para o Brasil, considerando-se o grande número de trabalhadores envolvidos e a escassez de pesquisas nesta área, as reflexões em seguida trarão importantes contribuições para o conhecimento mais detalhado do trabalho da colheita da cana-de-açúcar.
O presente artigo tem como objetivo apresentar um método que abrange um vasto campo de estudos sobre os determinantes do trabalho nas condições de desempenho e saúde dos trabalhadores e/ou a produtividade através do diagnóstico das condições de trabalho e propor medidas para a melhora das condições e processo de trabalho, contribuindo para a sustentabilidade sócio-ambiental do setor.
A cultura da cana-de-açúcar e sua relação com a saúde dos trabalhadores
A cana-de-açúcar é um dos principais produtos das exportações brasileiras, e ainda constitui uma das opções freqüentes de emprego e renda, especialmente, para os trabalhadores envolvidos nas colheitas. O mercado sucro-alcooleiro movimenta cerca de R$ 36 bilhões por ano, com faturamentos diretos e indiretos, correspondentes a 3,5% do PIB nacional (JORNAL DA CANA, 2006). A cana-de-açúcar e seus subprodutos são consumidos em larga escala no Brasil e no exterior.
No Brasil, ainda segundo o Jornal da Cana (2006), as 289 usinas e destilarias que geram 3,6 milhões de empregos estão distribuídas nas regiões nordeste, centro-oeste, sul e principalmente sudeste do país. Produzindo cerca de 340 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moída, permitindo a fabricação de 24 milhões de toneladas de açúcar e 14 bilhões de litros de álcool.
Assim sendo, dentro do processo produtivo as atividades da colheita manual da cana-de-açúcar são consideradas muito importantes, devido ao grande número de trabalhadores envolvidos e o desgaste físico decorrente desta da atividade. Ao contrário de outros paises como a Austrália, onde se utiliza método de colheita mecanizada, no Brasil a colheita é realizada principalmente por método manual e semimecanizado, com expressivo uso de mão de obra de baixa qualificação.
A agroindústria canavieira emprega um milhão de brasileiros no corte da cana-de-açúcar, e mais de 80% do que é colhido é cortado à mão, segundo União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (UNICA, 2006). O corte é precedido da queima da palha da planta, tornando o trabalho mais rápido e rentável para o trabalhador, porém, muitas vezes, o corte é feito com a cana crua, principalmente quando a cana-de-açúcar é destinada ao plantio.
Adissi (1997) comenta que o trabalho canavieiro tem uma relação de dependência com a agroindústria. Como a lavoura canavieira tem como finalidade o suprimento das necessidades da agroindústria do álcool e açúcar, isso exige a integração entre os sistemas de produção agrícola e industrial. Essa condição faz com que as exigências industriais sejam transferidas aos sistemas de produção agrícola.
Segundo Alves (2003) o aumento da quantidade de trabalhadores disponível para o corte de cana se deve a fatores como a baixa mecanização do corte de cana, aumento do desemprego geral da economia, provocada por duas décadas de baixo crescimento econômico e expansão da fronteira agrícola para as regiões do cerrado, atingindo o sul do Piauí e a região da Pré-Amazônia Maranhense, destruindo as formas de reprodução da pequena propriedade agrícola familiar, predominante nestes estados.
O corte manual da cana-de-açúcar, segundo informações da Copersucar (1980), é caracterizado por movimentos repetitivos dos braços, pernas e tronco, podendo ser feito sob duas condições: cana crua e cana queimada. No corte da cana crua, o cortador usando um facão, elimina a palha e, a seguir, corta a cana rente ao solo e na ponta. Alessi e Scopinho (1994) indicam que um cortador de cana de açúcar de sexo masculino pode alcançar a produção máxima de 14 toneladas/dia e do sexo feminino 10 toneladas/dia.
O sistema de pagamento por produção, associado à precarização dos alojamentos, meios de transporte, alimentação insuficiente e condições trabalho nocivas, sem pausas para descanso, podem agravar os riscos de acidentes e o desgaste prematuro destes trabalhadores. Desde o período de 2004-2005, o Ministério Público do Trabalho de Campinas vem suspeitando da relação das ocorrências de 13 mortes às condições de trabalho que teriam levado os trabalhadores à exaustão (BOLETIM INFORMATIVO DA PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO, 2005).
Cabe ressaltar que a Norma Brasileira de Ergonomia (NR-17 da Portaria 3214/78 – Ministério do Trabalho e Emprego) não admite o pagamento por produção quando existem riscos à saúde dos trabalhadores, uma vez que este tipo de pagamento induz o trabalhador a ultrapassar os limites fisiológicos em busca de um rendimento financeiro extra.
Para compreender o processo de trabalho, detectar a presença e a importância destes problemas no setor e garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores devem-se lançar mão de estudos ergonômicos que possam contribuir também para a melhora do processo de trabalho da empresa. O método da análise ergonômica do trabalho possibilita identificar, diagnosticar e propor medidas para a resolução dos problemas que afetam o desempenho das pessoas em seu trabalho.
Nesse sentido, para que a ação obtenha sucesso, é preciso que todos os atores envolvidos na empresa participem de todas as etapas do estudo, da direção aos operadores de produção. Para isso, é necessário aplicar métodos e técnicas para condução das transformações necessárias (GUERIN et al., 2001).
Análise ergonômica do trabalho:
A Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.) abrange fatores que oportunizam identificar situações que levam a melhorar ou, pelo menos, a amenizar as condições de trabalho, otimizando a produção, satisfazendo o trabalhador, melhorando o conforto oferecido e aumentando a produtividade da organização.
Ela descende da escola francesa de Ergonomia, que tem como objetivo a adaptação do trabalho ao homem, opondo-se a visão da Human Factors de adaptação do homem a sua profissão (WISNER, 2004). Ela é centrada sobre as atividades dos operadores, estudando em campo as situações entre o trabalho e o ser humano sob o ponto de vista real.
Montmollin apud Cockell (2005) compara a corrente Human Factors de origem Americana e britânica, com a Ergonomia da Atividade, de origem francofônica. Esta última vertente utiliza a análise gestual ao contrário do estudo de movimento muscular preconizado pela outra corrente. Além disso, privilegia o raciocínio, ao invés da medida da carga mental e o significado de informações em situações reais, diferente da percepção de laboratório.
A Análise Ergonômica do Trabalho (A.E.T.) então é um modelo metodológico de intervenção e de transformação capaz de apreender a complexidade existente na relação do homem com o trabalho, sem colocar em prova um modelo escolhido a priori (WISNER, 2004). Esta análise é uma ferramenta básica no funcionamento e gestão de uma empresa. Seus resultados permitem ajudar na concepção efetiva dos meios materiais, organizacionais e de formação, auxiliando o alcance dos objetivos planejados, com a preservação do estado físico, psíquico e vida social do trabalhador (BALBINOTTI, 2003).
Para Lima (1992), esta nova abordagem permite avançar na compreensão da gênese de doenças e outros efeitos negativos presentes na situação de trabalho, pela constituição da questão saúde/trabalho em torno da atividade real dos trabalhadores. Para este autor, o conhecimento do que se pode chamar de “ponto de vista da atividade” fornece uma leitura original da forma como os trabalhadores se relacionam com o ambiente de trabalho e constitui um princípio que deve orientar a sua transformação. As mudanças então, que se efetua no trabalho, se dão segundo as necessidades dos trabalhadores e não segundo a lógica econômica estreita que predomina atualmente.
De acordo com Ferreira et al. (1993), a ergonomia interessa-se pelo estudo dos aspectos presentes na situação de trabalho não de forma isolada, mas em sua relação com um determinado tipo de fazer. Esta forma de abordar a atividade torna-se crucial para o entendimento das Lesões por Esforços Repetitivos, já que não são apenas as características das atividades desempenhadas pelos trabalhadores (movimentos repetitivos, forças excessivas, posturas inadequadas) que levam aos seus aparecimentos, mas sim a inter-relação destas com os diversos fatores presentes na situação de trabalho, cuja compreensão não pode se dar sem a mediação da atividade de trabalho.
Portanto, a ergonomia através do estudo da atividade dos indivíduos em situações reais de trabalho, pode compreender como eles utilizam suas capacidades psico-fisiológicas para executar as tarefas propostas e podem ter, como conseqüência, sua saúde e desempenhos comprometidos.
Como lembra Guérin et al. (2001) para atender as tarefas propostas, os indivíduos elaboram estratégias originais, assim, as conseqüências sobre a saúde dos trabalhadores não devem ser abordadas apenas em termos de fatores de risco. Torna-se fundamental observar o papel ativo do trabalhador na construção de modos operatórios que não sejam desfavoráveis à sua saúde.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é uma metodologia que possibilita através do ponto de vista da atividade, compreender e correlacionar os determinantes das situações de trabalho com as suas conseqüências para os trabalhadores e para o sistema de produção (GUÉRIN et al., 2001).
Assim, a ergonomia da linha francesa se interessa pelo homem em situações reais de trabalho, cada vez mais compreendidas em sua globalidade e complexidade social (LIMA, 1992). Desse modo, pode favorecer para que o trabalho não se efetue somente dentro de um ambiente seguro e saudável, mas que ofereça aos trabalhadores a verdadeira possibilidade de realizar-se, de expandir-se e de servir a sociedade.
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