Histórico:
As condições de trabalho, historicamente são fontes de riscos geradoras de acidentes, doenças, incapacidade e morte para os trabalhadores. Hoje, mais do que nunca, o conhecimento científico e técnico pode ser um instrumento valioso na prevenção dos riscos e na avaliação das condições de trabalho, causas determinantes de danos à saúde dos trabalhadores.
No final dos anos 60 e início da década de 70 o movimento sindical italiano definiu como uma de suas prioridades a luta pela democratização dos locais de trabalho e a defesa da saúde no trabalho, isto porque os anos 60 na Itália apresentavam um gravíssimo quadro da falta de condições de trabalho, 7 mortes por dia. A ação sindical foi dirigida ao controle do processo de trabalho e à conquista de um poder real dos trabalhadores, de suas representações nos locais de trabalho e dos sindicatos, na busca de soluções para os graves problemas da nocividade, objetivando transformar o local de trabalho em um ambiente seguro e um espaço democrático.
Trabalhadores, Conselhos de Fábrica, Sindicatos e técnicos se aliaram desenvolvendo uma metodologia de intervenção nas condições de trabalho que veio a ser chamada de Modelo Operário Italiano, o qual se baseia em três princípios: grupo homogêneo, não delegação e validação consensual. Concretamente criaram uma técnica de amostragem ou esquema de análise chamada Mapa de Risco.
No Brasil a metodologia começou a ser utilizada no início dos anos 80 com a troca de experiência entre sindicalistas, técnicos brasileiros e italianos e, de forma mais sistemática, a partir de 1990 através do INSTCUT, que desenvolveu, com base em estudos práticos, a metodologia do Mapa de Risco tendo como referência a experiência sindical italiana.
O Diário Oficial da União de 20 de agosto de 1992 publicou uma portaria do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (DNSST) implantando a obrigatoriedade da elaboração de Mapas de Riscos pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) nas empresas.
O Mapa de Risco é uma representação gráfica (esboço, croqui, layout ou outro), de uma das partes ou de todo o processo produtivo da empresa, onde se registram os riscos e fatores de risco a que os trabalhadores estão sujeitos e que são vinculados, direta ou indiretamente, ao processo e organização do trabalho e às condições de trabalho.
O registro dos fatores de risco no desenho deve ser feito da forma mais simples possível, para que seja facilmente entendido por todos aqueles que o consultarem. Os riscos e fatores de risco podem ser registrados através de figuras, cores, ou outros símbolos que os trabalhadores considerarem a forma mais fácil de ser entendida. A representação adotada deve ser compreendida e usada por todos, de forma a tornar homogêneo os registros e as análises.
O mapa deve ser colocado em um local visível para alertar aos trabalhadores sobre os perigos existentes naquela área. O idéia é que o levantamento seja feito por todos os funcionários da seção, com isso fazem seleção apontando aos Cipeiros os principais problemas constatados. Levantado o risco, ele deverá ser classificado a partir de sua interpretação entre risco pequeno, médio ou grande. Na planta da seção, exatamente no local onde se encontra o risco - que pode ser uma máquina, por exemplo - deve ser colocado o círculo no tamanho avaliado pela CIPA e na cor correspondente à tabela abaixo...
As intensidades serão representados por círculos:
Risco Leve
Risco Médio
Risco Elevado
A empresa receberá o levantamento e terá 30 dias para analisar e negociar com os membros da CIPA ou do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), se houver, prazos para providenciar as alterações propostas. Caso estes prazos sejam descumpridos, a CIPA deverá comunicar a Delegacia Regional do Trabalho.
Os tipos de Riscos serão identificados por suas cores padronizadas:
Biológicos.
marrom
Ergonômicos.
amarelo
Físicos.
verde
Mecânicos.
azul
Químicos.
vermelho
Observações:
O levantamento de dados deverá ser feito em cada setor da empresa e a representação gráfica também.
Os riscos deverão ser descritos ao lado dos seus respectivos círculos.
Embasamento legal:
Portaria nº. 05 de 17/08/1992.
Finalidade:
Divulgar, de uma maneira simplificada, os riscos existentes nos ambientes de trabalho;
Quem confecciona:
Pessoal ligado à Segurança do Trabalho dentro da empresa (SESMT e CIPA principalmente).
Vantagens:
Como o mapa de risco deverá ficar exposto em um local visível, os funcionários, ao visualizarem o mapa, serão lembrados dos riscos aos quais estão expostos, incentivando assim uma maior conscientização dos trabalhadores e uma maior adesão aos planos prevencionistas. Outra vantagem é a informação fácil à pessoas que não são do setor ou até mesmo da empresa (visitantes), dos riscos aos quais estão expostos ao transitarem naquela área.
Fonte de dados:
Os dados para elaboração do Mapa de Risco deverão ser retirados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de um levantamento detalhado de itens como: queixas mais freqüentes dos trabalhadores, acidentes do trabalho já ocorridos no setor, doenças ocupacionais já diagnosticadas no setor e causas mais freqüentes de ausência no trabalho.
TIPO DE RISCO
Químico
Físico
Biológico
Ergonômico
Mecânico
COR
Vermelho
Verde
Marrom
Amarelo
Azul
Agentes Causadores
Fumos metálicos
e vapores
Ruído e ou som
muito alto
Microorganismos
(Vírus, bactérias, protozoários)
Má postura do corpo
em relação ao posto
de trabalho
Equipamentos inadequados, defeituosos ou inexistentes
Gases asfixiantes
H, He, N eCO2
Oscilações e vibrações mecânicas
Lixo hospitalar, doméstico e de animais
Trabalho estafante
e ou excessivo
Máquinas e equipamento
sem Proteção e ou manutenção
Pinturas e
névoas em geral
Ar rarefeito
e ou vácuo
Esgoto, sujeira,
dejetos
Falta de Orientação
e treinamento
Risco de queda de nível,
lesões por impacto de objetos
Solventes
(em especial os voláteis)
Pressões elevadas
Objetos contaminados
Jornada dupla e ou
trabalho sem pausas
Mau planejamento
do lay-out e ou
do espaço físico
Ácidos, bases,
sais, álcoois, éters, etc
Frio e ou calor
Contágio pelo ar
e ou insetos
Movimentos repetitivos
Cargas e transportes
em geral
Reações químicas
Radiação
Picadas de animais (cães, insetos, repteis, roedores, aracnídeos, etc)
Equipamentos
inadequadoe e
não ergonômicos
Risco de fogo,
detonação de explosivos,
quedas de objetos
Ingestão de produtos durante pipetagem
Aerodispersóides
no ambiente
(poeiras de vegetais e minerais)
Alergias, intoxicações e quiemaduras causadas por vegetais
Fatores psicologicos
(não gosta do trabalho, pressão do chefe, etc)
Risco de choque elétrico
(correte contínua e alternada)
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